segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A evolução dos bebés

Bebés que mamam de três em três horas. Bebés que dormem 18 horas por dia. Bebés que param de chorar com a chucha. Bebés que adormecem sozinhos na cama deles. Bebés que dormem a noite inteira com um mês. Bebés que só comem e dormem. A sério, alguém conhece bebés assim? Alguém já viu algum? Eu acho que são lenda.

Os meus bebés choram, mamam e só estão bem no colo. Ah, e sujam a fralda e o body e as costas e as calças e as meias e a minha roupa. Não há fraldas hi-tech, 3D ou ultra-não-sei-quê que resistam. É cocó por todo o lado e várias vezes ao dia.

E dormir? Para mim, é o maior mito de todos os tempos. É que nem consigo imaginar um bebé que acorde só para comer. Os meus preferem ficar a olhar para tudo e a exigir atenção de toda a gente.

Só me ocorre que seja a evolução da espécie. Não dizem que antigamente os bebés só abriam os olhos aos seis meses? Um dia talvez os bebés tenham tido fome apenas a horas certas e passassem o resto do tempo a dormir sossegados. Depois, evoluíram, ganharam vontade própria e perderam o relógio na barriga. Trocaram os soporíferos pelas teínas. Aprenderam a lutar pelo original (mama) em vez de se contentarem com a cópia (chucha). Ou então foram só os meus que evoluíram. Demais.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Dois meses a dobrar

É costume dizer-se às recém-mães para dormirem quando o bebé dormir, porque só assim conseguirão descansar. Um conselho muito útil... para quem só tem um filho.

Sempre que deito o Vicente, a Catarina voa para cima de mim como quem vê um oásis no meio do deserto.

A primeira vez que aconteceu tinha acabado de pousar o Vicente na cama e estava literalmente a atirar-me para o chão ao mesmo tempo que desabafava um grande ufa!! Ainda não tinha chegado ao tapete quando vejo a Catarina, de braços abertos, sorriso de orelha a orelha, a aterrar no meu colo exausto.

Abracei-a de volta e pus as palavras na boca dela: "pensavas que só tinhas um filho, era?" Ela percebeu a graça e agora, sempre que me vê de mãos vazias, salta para cima de mim e repete: "pensavas que só tinhas um filho, era?"

Foram assim estes dois meses. A alternar entre pesos de quatro e de vinte quilos. A dividir-me em banhos e refeições e a multiplicar-me em beijos e abraços. E, no final, as contas são estas: descanso - 0; coração cheio - 100000000.